Esta é uma matéria de Bill DeMain no site Metalfloss.com. O autor conheceu a história por trás de 11
capas bem estranhas, conversando com seus designers e obtendo explicações.
1. THE VELVET UNDERGROUND & NICO
aka “The Banana Album”
Idealizada por Andy Warhol
(1967)
Com
desculpas a Carmem Miranda e Chiquita (uma marca de distribuição da
fruta), mas a banana mais famosa do mundo é a da capa do primeiro álbum
do VELVET UNDERGROUND.
Idealizada pelo artista pop Andy Warhol,
esta imagem foi criada com silkscreen e um simples filme preto e branco
feito de acetato. No caso do formato fálico não ser suficientemente
provocativo Warhol adiciona: “Descasque vagarosamente e veja.” Atrás do
adesivo se revela uma fruta com um tom rosado, semelhante à pele.
Para
a banda, porém, este foi um pesadelo de logística? “Alguém tinha que
sentar com pilhas de álbuns e colar o adesivo da casca da banana em cima
da fruta manualmente”, disse o diretor artístico de Warhol, Ronnie
Cutrone.
Em 1968 a banana interativa foi descontinuada. Originais chegam a custar U$ 500,00
2. Who’s Next - THE WHO
Idealizada por John Kosh e Ethan Russell
(1971)
“Às
vezes você não consegue, mesmo quando precisa.” Foi isso que o
fotógrafo Ethan Russell descobriu enquanto produzia a capa de “Who’s
Next”.
Virando as costas para uma pilastra de concreto, localizada
em uma velha cidade mineradora na Inglaterra, a banda aparenta ter
acabado de deixar sua assinatura em urina na pedra. Russel explica o que
realmente aconteceu: “Muitos dos membros não conseguiram (urinar),
então usamos água da chuva despejada com uma velha vasilha de filme para
atingir o efeito desejado.
Em 2003 o canal pago VHI nomeou a capa do “Who’s Next” como a segunda melhor de todos os tempos.
03. Skull and Roses - GRATEFUL DEAD
Idealizada por Stanley Mouse
(1971)
A
caveira com rosas, que se tornou a primeira imagem fortemente ligada ao
GRATEFUL DEAD tem suas raizes emu ma imagem do século XIX, feita para
ilustrar um poema do século XI.
“Achei a imagem original em uma
pilha na Biblioteca pública de São Francisco”, disse o pintor Stanley
Mouse. Ele continua: “Ela foi criada por um artista chamado Edmund
Sullivan para ilustrar o poema The Rubayat of Omar Khayyam. [...] Achei
que era algo que funcionaria para o GRATEFUL DEAD”
04. Houses of Holy - LED ZEPPELIN
Idealizada por Hipgnosis
(1973)
Não era fácil ser umas das “crianças” de Robert Plant.
“Chuva gelada, comida ruim e solvente. Um pesadelo.”
Estas
são as recordações de um modelo masculino sobre sua experiência como
uma das inocentes crianças nuas da capa do quinto álbum do
LED ZEPPELIN.
Às
4 da amanhã todos os dias por uma semana inteira, três adultos e duas
crianças eram pintados com spray prata dos pés a cabeça e se dirigiam
para Giant’s Causeway na Irlanda do Norte para rastejar nas pedras em
busca de um nascer do sol que nunca chegava.
Encarando prazos e um
orçamento apertado, a companhia de design Hipgnosis tentou resolver
tudo sozinha pintando um alvorecer cor de pêssego e os traseiros
expostos com um brilho rosado.
05. Dark Side of The Moon - PINK FLOYD
Idealizada por Hipgnosis e George Hardie
(1973)
Para
uma banda que um dia cantou “We don’t need no education”, é irônico que
a imagem de capa de um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos seja
baseada em uma figura geralmente usada na escola.
O
PINK FLOYD estava cansado das fotos dos seus antigos LPs e queria algo mais “esperto”.
“O
Prisma representa a diversidade e a clareza dos sons da música”, diz o
designer Storm Thorgerson. Ele completa: “O triângulo é um dos símbolos
da ambição, um dos temas que Roger estava querendo implantar. Há várias
ideias juntas.”
06. London Calling - THE CLASH
Idealizada por Ray Lowrie e Pennie Smith
(1979)
“Rosa e verde nunca devem ser vistos”, diz o estranho ditado da moda.
Mas estas cores, que enquadram a foto em preto e branco de Paul Simonon destruindo seu
baixo, dão uma vívida combinação neste álbum do THE CLASH.
O designer Ray Lowri explica: “Tentei fazer uma genuína homenagem ao gênio que criou o primeiro disco do
ELVIS PRESLEY.”
Quanto
à foto, Simonon disse: “O Show foi bem tranqüilo naquela noite, mas
para mim, por dentro, não foi uma boa performance, então eu descontei no
baixo. Seria bem mais esperto se eu tivesse pego o
baixo
reserva, que não era tão bom quando o que eu quebrei. Quando olho para
foto hoje em dia, gostaria que tivesse levantado o rosto um pouco mais”.
07. The Joshua Tree - U2
Idealizada por Steve Averill e Anton Corbijn
(1986)
A
“árvore de Josué”, ou Joshua Tree, é uma espécie de cacto do deserto
americano. Ela foi nomeada por Mórmons do século XIX devido sua forma
única, que os lembrava da história bíblica de Josué indo para os céus.
Foi o estranho aspecto atemporal da árvore que levou o
U2
para o Death Valley National Park na Califórnia. A foto da capa, tirada
por Anton Corbijn, provou-se um perfeito ornamento para os grandes
hinos do rock contidos neste álbum.
“Ela é supostamente o mais velho organismo vivo do deserto”, disso o baterista Larry Mullen Jr.
Essa árvore caiu e morreu em 2000. Os fãs do
U2 construíram um marco comemorativo no local onde ficava o cacto.
08. Licensed to Sell 3 - BEASTIE BOYS
Idealizada por Steve Byram e Wodl B. Omes
Jatos particulares e acidentes de avião são o Cara e Coroa da moeda do Rock and Roll.
Os BEASTIE BOYS tiveram esta ideia de capa onde a frente glamorosa se desdobra em uma contracapa destruída e esfumaçante.
O
produtor Rick Rubin contou que tudo surgiu ao ler sobre o luxuoso jato
do LED ZEPPELIN: “Os BEASTIE BOYS eram um bando de garotos e eu queria
que tivéssemos um jato dos BEASTIE BOYS. Eu queria abraçar e ao mesmo
tempo tratar de forma sarcástica o estilo de vida exacerbado dos
rockstars, de excesso e destruição”.
Outra curiosidade é o número
de identificação na cauda do avião: 3MTA3, que pode ser lido como “Eat
Me”, se você segurar a capa contra um espelho.
09. Nevermind - NIRVANA
Idealizada por Robert Fisher e Kirk Weddle
(1991)
A primeira vez que Spencer Eldren pulou em uma piscina com certeza foi memorável.
Com quatro meses de idade, Elden foi um dos vários bebês que fizeram testes para esta capa do
NIRVANA, em uma piscina pública de Pasadena, nos Estados Unidos.
“Mostrei
a foto para Kurt e ele gostou, mas sentiu que precisávamos de algo
mais. Pensamos em várias coisas, mas Kurt jocosamente sugeriu um anzol.
Por mais que ele nunca tenha me dado um caminho a seguir no design,
presumi que o bebê nu simbolizava sua própria inocência, a água, o
ambiente alienígena e o anzol com o dólar sua vida criativa entrando no
mundo corporativo da música.” Explica Robert Fisher, designer da capa.
Elden, agora já um adulto diz: “A maioria das bandas atuais jamais chegará nem perto do que o
NIRVANA fez naquele álbum, e eu fico feliz de fazer parte dele”.
10. Odelay - BECK
Idealizada por Beck Hansen e Robert Fisher
(1996)
Olhe
para cima: É um esfregão? Uma bola de trapos? Não! É um Komondor, um
cachorro voador. A raça Hungariana com este pelagem que parecem tranças
provocou vários “Huh?” quando este álbum foi lançado.
E era exatamente isto que o BECK queria. A banda se deparou com a foto do cachorro em um antigo livro sobre raças caninas.
O
diretor de arte, Robert Fisher, comenta: “A foto foi tirada por uma
famosa fotógrafa de cães. chamada Ludwig, que viveu a algumas quadras do
nosso escritório. Ela estava já perto dos seus 70 anos e muito
entusiamasda em ter um visitante.
“Beck sentiu que era uma foto
quase ambígua, sem relação alguma com a música e foi escolhida quase ao
aleatório. Aquele que visse poderia entender o que bem gostaria. Odelay
também soava um pouco como um comando canino”
11. Yankee Hotel Foxtrot - WILCO
Idealizada por Lawrence Azerrrad
(2002)
No
começo de 2002, os fãs que contemplavam a capa do quarto álbum da banda
WILCO perguntavam: “O que diabos são estas coisas? Pilhas de fichas de
poker? Uma visão microscópica de algum cabo? Uma alusão as torres
gêmeas, recentemente derrubadas?”
Mas para qualquer pessoa na
cidade natal da banda, Chicago, a imagem era instantaneamente familiar.
Marina City, construída em 1959 por Bertrald Goldberg, compreende duas
torres cilindras de residências/salas comerciais que cortam
futuristicamente os céus da cidade.
WILCO não foi o único a
mostrar a Marina City para o mundo. Em 1973 SLY AND THE FAMILY STONE
colocou as torres na capa traseira de um de seus discos, e qualquer um
que assistiu ao The Bob Newart Show, nos anos 1970, poderia ver os
prédios na sequência de abertura.
O artista Lawrence Azerrando também fez outros trabalhos para o WILCO, incluindo a capa do “The Whole Love”, de 2011